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HEBREUS 4, 7, 8, 9 e 10
CAPÍTULO QUATRO
Hebreus 4: 9
“Portanto resta ainda um repouso para o povo de Deus.”
Estaria o escritor de Hebreus falando do Sábado? Ouça mais:
Hebreus 3: 11 – “Assim jurei na Minha ira que não entrarão no Meu repouso.”
Hebreus 3: 18 – “E a quem jurou que não entrariam no Seu repouso, senão os que foram desobedientes?”
Hebreus 4: 1 – “Temamos pois que, porventura, deixada a promessa de entrar no Seu repouso...”
Hebreus 4: 3 – “Por que nós, os que temos crido, entramos no repouso...”
Hebreus 4: 5 – “E outra vez neste lugar: Não entrarão no Meu repouso.”
Hebreus 4: 11 – “Procuremos pois entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.”
Ouça agora:
Hebreus 4: 4
“Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: (3)E repousou Deus de todas as Suas obras no sétimo dia.”
Neste verso 4 do capítulo 4, antes da palavra: “E repousou...”, tem a referência (nº 3). Indo ao rodapé, encontramos as passagens a que se refere: Gên. 2: 2. Êxodo 20:11 e 31: 17. Estes textos mencionam o santo Sábado.
Meu irmão, não pense que esta palavra “repouso” de Hebreus quatro, está aí para abonar o Sábado da Lei Moral, porque o escritor de hebreus não pensou assim.
De fato ele está reportando-se ao Sábado porque este é o dia de descanso bíblico, mas o Sábado aqui é uma ilustração divina para que entremos no repouso de Cristo, isto é: lançando sobre Ele nossas ansiedades, culpas e dissabores. Descansando nEle. Repousando nEle. Jogando-se em Seus braços de amor.
Realmente, a palavra usada no verso 4 do capítulo 4 de Hebreus provém do vocábulo grego para Sábado. A versão da Bíblia em inglês Revised Standard Version, traduziu o versículo desta maneira:
“Portanto, resta um repouso sabático para o povo de Deus.”
Mas, reitero com sinceridade e veemência, o autor não está se referindo ao repouso semanal do Sábado, o santo Dia do Senhor.
Os israelitas, ao sairem do Egito, dirigiram-se para uma terra que seria o seu repouso – Canaã. Construiriam suas casas, plantariam vinhas, viveriam em comu-nidade, liderados pelo Senhor. Sob o comando de Moisés, os medrosos israelitas, incrédulos no poder de Deus, não desarraigaram da terra os seus inimigos.
Moisés faleceu e delegou a tarefa a Josué, mas, este, pela covardia dos israelitas, também não consolidou o repouso. Não destruíram todos os inimigos, mas se consolaram em com eles conviver e até se aparentar com alguns, “na terra que mana leite e mel” (Hebreus 4: 8). Com o inimigo não se brinca, nem se faz jogo de cintura, porque ele será sempre inimigo e só deseja destruir-nos.
O Rei Davi e o sábio Salomão quase consolidaram o repouso dos israelitas, mas a incredulidade, indiferença e o pecado acariciado do povo impediram. Por isso nunca repousaram em paz, na Terra Prometida.
Assim sendo, a razão de se mencionar o Sábado neste capítulo, é porque o Sábado, é o eterno repouso semanal do povo de Deus agora, e o será pela eternidade sem fim. O escritor então torna-o uma símile do repouso em Cristo.
CAPÍTULO SETE
Aqui surge Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, rei de justiça, rei da paz. “Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.” Heb. 7: 3.
Somente os levitas serviriam no tabernáculo, e apenas os filhos de Arão podiam ser sacerdotes. Nem Melquisedeque, nem Jesus pertenciam à linha sa-cerdotal. Melquisedeque nem era judeu e Jesus descendia da real tribo de Judá.
Por conseguinte, com o surgimento de um sacerdote como Melquisedeque, necessário seria uma mudança na lei que regulamentava o sacerdócio levítico.
O sacerdócio de Melquisedeque era uma figura do sacerdócio real, superior e eterno de Cristo. E, a partir deste capítulo, o escritor de Hebreus começa a enfocar a mudança da lei, por força da mudança do sacerdócio. Observe:
Hebreus 7: 12
“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.”
O que precisamos saber é de qual Lei está o escritor falando. Certo?
No verso 16, esta lei é denominada de “lei do mandamento carnal”. No verso 19 diz que, esta lei “nenhuma coisa aperfeiçoou”.
Esta não é a Lei Moral dos Dez Mandamentos. Veja porque:
• A Lei Moral não está circunscrita a sacerdócio humano. A Lei que constituia sacerdotes era a Lei Cerimonial e não a Lei Moral.
• A Lei Cerimonial é de fato lei de mandamento carnal, isto é: está associada a sacrifícios de animais, cerimônias ritualísticas, etc.
• Realmente nada aperfeiçoou. Apenas tornou-se um hábito sem substância para alguns, e comércio para outros.
CAPÍTULO OITO
Hebreus 8: 4
“Ora, se Ele estivesse na Terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei.”
Jesus, na esfera terrena, não podia ser sacerdote já que não descendia de Arão nem era da tribo de Levi. Jesus pertence a um sacerdócio superior e celestial.
Este capítulo apresenta o tabernáculo conforme Deus o mostrou a Moisés (Hebreus 8:5). A Lei que regulava este tabernáculo foi chamada de Lei Cerimonial, constituindo-se de inúmeras abluções que apontavam para o Messias. Sacerdotes ministravam diariamente oferecendo as ofertas pacíficas e pelo pecado, e o Sumo Sacerdote entrava uma vez por ano, no lugar santíssimo no Dia da Expiação (Hebreus 9:7). Leia o capítulo: O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE A LEI.
CAPÍTULO NOVE
O capítulo nove mostra o desdobramento dos sacrifícios do tabernáculo que apontavam para Cristo. Este capítulo descreve, em minúcias, todo o Santuário, em seus móveis, utensílios e atribuições do sacerdote e sumo-sacerdote. No verso 9, diz:
“Que é uma alegoria (*) para o tempo presente...”
Este asterístico (*) encontra-se no rodapé do capítulo e diz que é uma parábola. Realmente, o Santuárioe seu conjunto de regulamentos e normas é uma parábola para ensinar certas verdades espirituais básicas. Por isso o verso 10 é específico, veja:
“Consistindo somente em manjares, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne...”
Qual é a Lei que consistia de manjares, bebidas e cerimônias envolvendo morte de animais? – Claro, a Lei Cerimonial.
Hebreus 9: 22
“E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue...”
Compare com o Decálogo: NADA nos Dez Mandamentos está ligado a rituais de purificação com sangue. Seus mandamentos são morais. A Lei Moral só existe para revelar o pecado.
O israelita, ao transgredir um dos Dez Mandamentos, precisava levar um carneirinho para ser imolado por seu pecado. Este cordeiro era uma representação de Cristo, que um dia Se tornaria “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” João 1: 29. Jesus foi o sacrifício suficiente, perfeito e completo.
CAPÍTULO DEZ
Hebreus 10:1 – “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas...”
Isto é: Cada animal sacrificado prefigurava o Senhor Jesus, o Cordeiro de Deus que surgiria no futuro. Cada sacrifício oferecido pelo pecador, lançava luz ao sacrificio de Cristo. A cruz, no futuro, projetaria sombra ao santuário, no passado.
A Lei Cerimonial era “a sombra dos bens futuros”, porque ela era um tipo da obra expiatória de Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote. A Lei Moral revela o pecado, pondo o pecador sob condenação, forçando-o a ir a Cristo em busca do perdão e purificação. A Lei Cerimonial encerrou-se definitivamente com a morte de Jesus, por se tratar de um código provisório. Mas a Lei Moral foi estabelecida, restabelecida e confirmada tanto pela vida, quanto na morte de Jesus.
Hebreus 10:3 – “Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados.”
Um dia por ano (o décimo dia do sétimo mês) era o Dia da Expiação. Neste dia toda a nação era “julgada”. O sumo sacerdote recebia da congregação dois bodes e um carneiro. Ele também trazia como sua própria oferta pelo pecado, um touro (novilho), e apresentava tudo ao Senhor.
Então o sumo sacerdote matava o novilho, tomava o sangue e com o dedo espargia sete vezes sobre o propiciatório que estava no lugar santíssimo do santuário e sobre o altar no pátio (veja na pág. 92). Esta era a expiação que fazia por si e sua casa. (Lev. 16: 5-6). Quanto aos dois bodes, era:
“... lançada sorte. Uma pelo Senhor, outra pelo bode emissário” (Lev. 16: 8).
É comum a uma classe de escritores evangélicos, dizer que nós os Adventistas fazemos de Satanás nosso salvador, no caso da expiação feita pelo bode azazel. Então, ouça o que cremos.
Nos primórdios deste mundo Deus ordenou Moisés construir um Santuário (Êxo. 25: 8 – veja-o à página 92, e releia as págs. 89-91).
Então foi organizado todo o Sistema Sacrifical e Sacerdotal. Neste Santuário eram oferecidos sacrifícios (Heb. 9:9). Deus viria encontrar-Se com Seu povo sobre o propiciatório (Êxo. 25:22). O sacerdote oficiava todos os dias no pátio e no primeiro compartimento. O Sumo Sacerdote apenas uma vez por ano e no Lugar Santíssimo.
Quando uma pessoa transgredisse um dos Dez Mandamentos que estavam dentro da arca sobre o propiciatório, tornava-se sujeita a morte. Então ela devia trazer um substituto para morrer em seu lugar (Lev. 4:27-29).
Colocava suas mãos sobre a cabeça do animal, confessava seu pecado, e o matava, logo após. O sangue desta vítima era posto nas pontas do altar que estava no pátio e o resto derramado à sua base (Lev. 4:34). Os pecados daquela pessoa estavam perdoados, e, simbolicamente transferidos para o santuário, permanecendo ali até o dia da expiação, quando então eram apagados.
Centenas destes sacrifícios eram feitos diariamente e milhares durante o ano e iam sendo acumulados, de maneira simbólica, no edifício. Então era preciso efetuar a purificação do santuário que se dava uma vez apenas por ano, no 10º dia do 7º mês (Lev. 16:29-30).
Dois bodes eram mortos neste dia: Azazel e o bode do Senhor (Levítico 16).
Quando o bode azazel ia para o deserto, a expiação já estava completamente feita. Nada mais havia por fazer. Azazel, o bode emissário, só aparecia depois de tudo purificado, para ser tão somente o portador de todos os pecados perdoados ao povo de Deus.
Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado. Azazel não era morto. Azazel representa Satanás e não tem parte alguma na expiação feita simbolicamente pelo bode do Senhor. O primeiro bode representa Cristo. O sangue deste bode morto para fazer expiação, representa o sangue de Cristo que seria derramado no Calvário.
Neste serviço típico Cristo efetuou uma obra completa sem auxílio de Satanás. Glória a Deus! Aleluia! Jesus Cristo é o único, exclusivo e poderoso Salvador. Isto é o que cremos, pregamos e ensinamos porque é o que declara a Bíblia.
O bode cuja sorte foi pelo Senhor, o Sumo sacerdote o matava como expiação pelo pecado do povo. Novamente pegava o sangue e retornava ao lugar santíssimo e, com o dedo, espargia o sangue sobre o propiciatório e também sobre o altar das ofertas queimadas, no pátio, como fez com o sangue do novilho. (Lev. 16:15-16, 18, 19 e 33). Dessa forma, simbolicamente, cada parte do santuário era purificada dos registros de pecados perdoados, que se acumulavam anualmente pelos sacrifícios e confissões que os pecadores faziam diariamente.
Ao espargir o sangue dos animais imolados, no cerimonial diário, o pecador era perdoado, e simbolicamente seus pecados eram transferidos e se acumulavam no santuário. Então, uma vez por ano, no Dia da Expiação, era necessário o ritual da purificação. Assim, tanto o santuário, quanto as pessoas ficavam purificadas. A partir deste dia – o décimo do sétimo mês, todos começavam uma nova vida.
Hebreus 10:4 – “Porque é impossível que o sangue de touros e dos bodes tire os pecados.”
Todo aquele cerimonial impressionante era para ensinar que “sem derramamento de sangue, não há remissão de pecado” (Heb. 9: 22). O sangue daqueles animais era um tipo do sangue de Cristo, que seria derramado uma só vez, o que aconteceu sobre a Montanha do Calvário.
Não era aquele sangue (de animais) que tirava os pecados ou remia o pecador, mas o ato de derramá-lo através daquele sacrifício, era, pela fé, uma garantia no sacrifício futuro de Cristo.
Hebreus 10:8 – “...Sacrifício e oferta, holocaustos e oblações pelo pecado... (os quais se oferecem segundo a lei).”
Não é insistente o autor de Hebreus a respeito dos holocaustos, ofertas, cerimônias? Isso são componentes da Lei Cerimonial. Nada tem a ver com a Lei Moral.
Portanto, meu irmão, a sinceridade me obriga a dizer-lhe: Este repouso reclamado pelo escritor de Hebreus no capítulo quatro não é um apoio à santificação do Sábado. E a lei que ele menciona nos capítulos sete, oito, nove e dez, não é a Lei Moral dos Dez Mandamentos
– O repouso é o descanso em Cristo para todos os que estão “cansados e sobrecarregados” (Mateus 11: 28 ).
E a lei, é a Lei Cerimonial. Esta findou na cruz. Col. 2:14; Efé. 2:15.
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